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Escoteiros e Surdos: Laços que se Falam com as Mãos e o Coração

Grupo Escoteiro Potiguar visitam a ASUL em ação de integração e inclusão: “Unidos nas diferenças, fortes na fraternidade”

10/06/2025 11h00 Atualizada há 4 semanas
Por: Jean Primo
Escoteiros e Surdos: Laços que se Falam com as Mãos e o Coração

A Associação de Surdos de Uberlândia (ASUL) recebeu uma visita muito especial: os jovens do Grupo Escoteiro Potiguar – 49/MG participam de uma atividade repleta de trocas culturais, aprendizado mútuo e inclusão. O encontro reúne escoteiros, crianças surdas, CODAs (filhos de adultos surdos) e educadores surdos, promovendo uma integração verdadeira entre mundos que se unem pela fraternidade.

As atividades teve início às 9h, com uma recepção calorosa feita por representantes surdos da ASUL, que apresentam a história da instituição, suas lutas por acessibilidade e uma introdução à cultura surda e à Língua Brasileira de Sinais (Libras). Cada escoteiro se apresentou em Libras, para que os membros da ASUL os conheçam melhor, já sinalizando com entusiasmo. Em seguida, os anfitriões surdos também se apresentam, com todo o diálogo mediado por TILSPs – Tradutores-Intérpretes de Libras-Língua Portuguesa, garantindo a acessibilidade plena.

Após esse primeiro momento de interação, os escoteiros são convidados a conhecer as instalações da associação. O tour inclui os dois andares do prédio, passando pelas salas de aula, quadra esportiva, área da horta e até a sala de reuniões da presidência da ASUL.

Um dos momentos mais simbólicos do encontro é o "batizado coletivo de sinais", no qual os escoteiros recebem seus sinais pessoais – gesto tradicional na cultura surda que consiste em criar um sinal único em Libras para identificar alguém. A entrega é feita pelos membros da ASUL como forma de acolhimento e reconhecimento, marcando oficialmente a integração dos escoteiros à comunidade surda. A emoção toma conta do ambiente, reforçando o espírito de respeito e conexão que norteia toda a vivência.

Na sequência, os escoteiros retribuiram com atividades do Movimento Escoteiro, promovendo dinâmicas em equipe e ensinando técnicas como nós e amarras, além de uma introdução ao herbalismo na própria horta da instituição. As crianças e jovens participam com entusiasmo, aprendendo com os escoteiros de forma divertida e colaborativa. Todo o momento conta com o apoio de intérpretes de Libras, garantindo que a comunicação aconteça de maneira inclusiva.

A diretora social da ASUL, professora Viniele, destaca a importância da iniciativa:

“É fundamental que outras instituições conheçam a comunidade surda de perto. Ver escoteiros interessados em aprender Libras e compartilhar o que sabem é inspirador. Nós, surdos, temos mais dificuldade de aprender a Língua de vocês, ouvintes, do que vocês de aprender a nossa. Então que esse laço de aprendizado se fortaleça.”

A visita reforça o compromisso do escotismo com a inclusão em uma via de mão dupla com a comunidade surda, mostrando na prática que o lema "Unidos nas diferenças, fortes na fraternidade" é mais do que uma frase: é uma atitude.

A parceria entre a ASUL e o Grupo Escoteiro Potiguar se torna um exemplo inspirador de como a educação não formal pode contribuir para a construção de uma sociedade mais empática, acessível e colaborativa.

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