Você sabia que há milhares de anos atrás as pessoas já vinham marcando seus corpos com tatuagens? Essa arte como temos hoje acontece há muito tempo, em diferentes épocas, em várias partes do mundo, com técnicas e significados distintos. E o melhor jeito de entender todo o processo pelo qual a tatuagem passou é indo por partes. Espero que ninguém esteja com pressa, porque a gente vai com calma, começando do começo.
Coincidentemente, seu berço foi o mesmo que o de grande parte das extraordinárias descobertas da humanidade: o Egito. Algumas das tatuagens encontradas atualmente em múmias foram feitas há mais de 4000 mil anos! Esse período corresponde àquele antes mesmo dos faraós, meio que a transição entre "pré-história" e a história do Egito.
Antes de tudo, é importante dizer que não se sabe ao certo os motivos por trás das tatuagens feitas naquela época. Acredita-se que elas podiam indicar a posição social do indivíduo, sua afiliação religiosa ou profissão, bem como oferecer proteção mágica contra perigos na vida após a morte. Opiniões baseadas em anos de estudos da cultura egípcia, claro, mas a certeza fica só entre aqueles que viveram naqueles tempos.
Essas tatuagens não costumavam ser compostas por desenhos complexos. Na maioria das vezes consistiam em traços e pontos formando padrões geométricos ou desenhos que representavam divindades, e eram especialmente populares entre as mulheres, que muitas vezes tatuavam símbolos de deusas ou amuletos para, presumivelmente, garantir uma gravidez segura e saudável.
Entre as que temos hoje, porém, a tatuagem mais antiga encontrada é da múmia de Iceman, também conhecido como Ötzi, um homem que viveu há cerca de 5.300 anos atrás e foi descoberto em 1991, nos Alpes italianos. Por mais que Ötzi não tenha tatuagens visíveis em sua pele, foi encontrada uma série de linhas e pontos no corpo, que parecem ter sido feitos por corte e esfregando carvão na incisão. De certa forma, essas marcas são consideradas um estilo primitivo de tatuagem e acredita-se que possam ter sido feitas por razões terapêuticas, como uma forma de aliviar a dor ou melhorar a circulação sanguínea.
Entretanto, um dos casos mais impressionantes é o da múmia encontrada em 2014, uma sacerdotisa egípcia que viveu por volta de 1000 a.C. Ela possui mais de 30 tatuagens elaboradas em seus ombros, pescoço, costas e braços, algumas das quais representam flores de lótus e babuínos sentados. Acredita-se que essas tatuagens tenham sido aplicadas para fins mágicos, como proteção contra doenças e para garantir poderes de cura. Todavia, tais artes só puderam ser observadas no que restou do corpo (torso e parte dos braços), já que a múmia havia sido saqueada antes de sua descoberta por arquólogos.
Mas como eram feitas essas artes corporais? Hoje em dia é simples entrar em um estúdio e ter a sua tatuagem feita por máquinas elétricas e materiais cuidadosamente fabricados, mas nem sempre foi assim. Esses povos tinham que recorrer a métodos muito mais criativos que, no caso dos egípcios, envolviam a utilização de agulhas de osso ou bronze, que eram friccionadas na pele para criar cortes superficiais. Em seguida, o pigmento era esfregado nas feridas para criar a tatuagem. Antes que esse processo pudesse ser realizado, porém, a pele era limpa e esfoliada para garantir que a tinta pudesse penetrar na superfície. Em seguida, o desenho era traçado na pele usando carvão ou henna e só então se iniciava a marcação definitiva.
Bastante trabalho, não é?
Tudo isso serve para mostrar a importância da tatuagem não só hoje, mas já a milhares de anos atrás. Os povos do Egito podem ter sido os primeiros a fazerem esse ritual artístico (pelo menos até onde nosso conhecimento atual nos permite supor), mas definitivamente não são os únicos. Nosso próximo passo nessa jornada vai nos levar até um pouco mais próximos dos dias de hoje. Te vejo semana que vem, ok?
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