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Estamos preparados para lidar com a Inteligência Artificial?

2024 ficará marcado como o ano da IA, não de sua criação, mas de sua consolidação, presente em todos os discursos e novidades tecnológicas apresentadas

16/12/2024 10h47
Por: Sthefano Scalon Cruvinel

Em 2024, quando o assunto envolveu inovação ou tecnologia, na maioria das vezes a Inteligência Artificial (IA) esteve no centro das discussões. De smartphones a wearables e casas inteligentes, parecia que em todos os eventos de tecnologia tinha alguém falando de IA, bem como nas grandes empresas operantes no setor predominava o desejo do lançamento de mais uma inovação em IA.  

Certamente, 2024 foi repleto de saltos tecnológicos impressionantes e novas ferramentas úteis, exageros sem fim e falhas frequentes, e implicações para o futuro que variam de realmente emocionantes a imprevisíveis. Este é o ano em que tivemos uma noção do que a IA é realmente capaz – e o quão ainda estamos despreparados para lidar com essa revolucionária tecnologia – sobre isso vou comentar mais abaixo.

Seguindo o raciocínio, ao destacar 2024 como o ano da IA, obviamente que não ignoro o fato que a Inteligência Artificial em si não é nova – chatbots e IA generativa existem desde a década de 1960. Mas nos últimos dois anos – e neste ano em particular – houve uma rápida expansão na adoção da IA, bem como novos programas disponíveis. Tanto é que, em junho deste ano, parlamentares, especialistas e representantes da sociedade civil brasileira defenderam a aprovação do projeto de lei (PL) 2.338/2023, que regulamenta o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial (IA) no Brasil. Mas, esse é um outro assunto!

Por isso, 2024 pode ser considerado o ano da IA e por vários motivos, entre eles:

Integração de IA - De acordo com a UiPath (empresa global de software que atua com automação de processos robóticos), 90% dos profissionais de automação estão usando ou planejavam usar IA em 2024. 

Agentes de IA - Os agentes de IA são flexíveis e adaptáveis, o que os torna uma boa solução para tarefas mais complexas. 

IA generativa - Os modelos generativos de IA estão criando textos, fotos e vídeos realistas cada vez mais integrados à vida diária.

IA e Computação Quântica - A combinação dessas duas tecnologias está acelerando as taxas de processamento e melhorando a capacidade de resolver problemas mais desafiadores. 

IA de Borda - Edge AI (combinação de IA e computação de ponta) está se tornando mais popular, permitindo que o processamento de dados ocorra em dispositivos locais em vez de servidores centralizados. 

Drones alimentados por IA e sistemas autônomos - Esses sistemas estão se tornando mais populares e confiáveis, especialmente em logística e transporte. 

Privacidade e ética de dados - Os consumidores estão exigindo mais transparência e controle sobre os seus dados, o que fará as empresas adaptarem medidas de privacidade mais robustas.

IA e saúde mental - À medida que o estresse e o esgotamento dos trabalhadores aumentam, as organizações precisaram dar mais atenção à saúde mental em 2024. 

IA e política - A IA está mudando a política em todo o mundo e 2024 foi um grande ano eleitoral (principalmente no Brasil e EUA). 

É sim. Acredito que ainda não estamos preparados para lidar com a IA, com tudo que ela é e pode vir a ser capaz. Apesar dos muitos benefícios, ainda existe um temor geral quanto ao fato de a IA estar dando um poder demasiado às big techs e transformando pessoas comuns em peões de sistemas manipuladores.

Considerando aqui somente a questão do emprego, do trabalhador, nesse meio o desenvolvimento e a adoção de IA estão caminhando em um ritmo vertiginoso. Em uma pesquisa global da McKinsey & Company (empresa de consultoria norte-americana de estratégia empresarial), no início deste ano, 65% dos entrevistados de uma série de empresas, indústrias e regiões disseram que suas organizações estão usando regularmente IA generativa, quase o dobro da porcentagem de uma pesquisa anterior há apenas 10 meses antes. Um outro levantamento com pesquisadores de IA identificou que especialistas na área estão experimentando o mesmo aumento de ímpeto. Entre 2022 e 2023, as previsões dos entrevistados sobre atingir inteligência de máquina de alto nível diminuíram em 13 anos, enquanto suas previsões sobre automação total do trabalho caíram em 48 anos.

Assim, não seria pessimista ou absurdo dizer que a IA mudará fundamentalmente — e permanentemente — a natureza do trabalho no futuro próximo. Alguns novos empregos surgirão, mas muitos outros serão alterados ou eliminados. Mais uma pesquisa recente, essa do Fundo Monetário Internacional (FMI), detectou que a IA afetará quase 40% dos empregos globais e 60% dos empregos em economias avançadas.

Acontece que a IA capturou a imaginação do mundo, prometendo revolucionar indústrias e remodelar a sociedade. No entanto, por baixo da superfície dessa excitação, há uma crescente sensação de desconforto. Preocupações sobre deslocamento de empregos, exploração do consumidor e o potencial de uso malicioso moderaram o entusiasmo inicial. O ritmo rápido do desenvolvimento da IA ultrapassou nossa capacidade de compreender completamente suas implicações, levando a uma necessidade crítica de exame cuidadoso e regulamentação robusta. 

A privacidade de dados, um desafio fundamental da era digital, é ampliada no contexto da IA. À medida que os algoritmos se tornam cada vez mais sofisticados, também aumenta o potencial de uso indevido de informações pessoais. A coleta, o armazenamento e o processamento de grandes quantidades de dados para treinar modelos de IA levantam sérias preocupações sobre direitos individuais e bem-estar social. 

Assim, torna-se imperativo que desenvolvamos estruturas éticas e salvaguardas para proteger a privacidade de dados enquanto promovemos a inovação da IA. 

Todos nós sabemos que nas últimas décadas, tecnologias inovadoras transformaram nossas vidas pessoais e profissionais, da internet e da nuvem aos smartphones e dispositivos domésticos inteligentes. No entanto, no ritmo vertiginoso que a tecnologia avança, acredito que nada pode nos preparar para o impacto que a IA terá em nosso futuro. É esperar pra ver!

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Sobre Inovação e Tecnologia
Sthefano Scalon Cruvinel é especialista em tecnologia, fundador do Grupo Cruvinel e da EvidJuri, escritório especializado em perícia, assistência técnica, consultorias e laudos. A coluna tem o objetivo de compartilhar conhecimento e experiências práticas sobre iniciativas inovadoras e compreensão da importância da tecnologia na atualidade.
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